Pacientes em foco - Semana Mundial da Amamentação 2024 - Apoio à Amamentação para Todos

Pacientes em foco - 01.08.2024

Semana Mundial da Amamentação 2024 - Apoio à Amamentação para Todos

Amamentação também beneficia a saúde orofacial infantil

De 1 a 7 de agosto - Semana Mundial da Amamentação. Incentive!
De 1 a 7 de agosto - Semana Mundial da Amamentação. Incentive!

A Semana Mundial da Amamentação, comemorada de 1 a 7 de agosto, é uma campanha global coordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para promover a conscientização e estimular ações sobre a importância do aleitamento materno. Em 2024, o tema é "Fechando a Lacuna: Apoio à Amamentação para Todos", destacando a diversidade das jornadas das mães que amamentam e a importância do suporte de famílias, comunidades e profissionais de saúde.

A OMS e a UNICEF recomendam que as crianças iniciem a amamentação na primeira hora após o nascimento e sejam amamentadas exclusivamente sob livre demanda durante os primeiros 6 meses de vida, sem a adição de outros alimentos ou líquidos, incluindo água. A partir dos 6 meses, é essencial iniciar a introdução de outros alimentos, inicialmente as frutas e legumes, mantendo a amamentação até os dois anos de idade ou mais.

Apesar dessas recomendações, menos da metade dos bebês inicia a amamentação na primeira hora de vida e menos da metade dos bebês com menos de 6 meses é amamentada exclusivamente. Globalmente, mais de 800 mil mortes de crianças menores de 5 anos poderiam ser evitadas com práticas ideais de amamentação, incluindo início precoce, amamentação exclusiva por 6 meses e a continuação com alimentos complementares apropriados até 2 anos ou mais.

Além dos benefícios para a saúde da criança, como a redução de diarreias, afecções perinatais e infecções, a amamentação também traz vantagens significativas para a saúde da mulher, incluindo a redução do risco de câncer de mama e ovário. A amamentação é uma prática econômica e eficaz que desempenha um papel crucial na saúde pública global, diminuindo a morbimortalidade infantil e promovendo um vínculo especial entre mãe e bebê.

Benefícios da Amamentação para a Saúde Orofacial Infantil

De acordo com a Odontopediatra, Dra Sofia Takeda Uemura*, que é diretora da Faculdade de Odontologia da APCD (FAOA), os primeiros 1000 dias ou dois anos de vida constituem um período de formação onde são construídas condições positivas ou negativas, com reflexos no desenvolvimento físico, psíquico e emocional da criança. "Nesse contexto, a amamentação é considerada a melhor e mais segura forma de nutrição para as crianças de zero a seis meses de idade. Tanto a OMS quanto o Ministério da Saúde preconizam o início da amamentação dentro de uma hora após o nascimento, o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida, seguido pela introdução de alimentos, com amamentação complementar, até os dois anos de idade ou mais. Essa abordagem evita o consumo precoce de açúcares e mantém a amamentação até os referidos 1000 dias, sendo fundamental também para o desenvolvimento orofacial ósseo, muscular e funcional da criança.”

O leite materno é a melhor opção para nutrir bebês de zero a seis meses, pois possui propriedades nutricionais e imunológicas. “Além disso, a sucção é um instinto natural que desencadeia a primeira atividade muscular coordenada no bebê. O aleitamento materno promove um intenso exercício da musculatura orofacial, aumentando o tônus muscular, favorecendo o desenvolvimento ósseo e muscular da face e também o estabelecimento de um padrão respiratório nasal. Esses estímulos evitam o desenvolvimento de hábitos orais não fisiológicos, como a sucção de dedo ou de chupeta, que podem resultar em problemas oclusais no futuro, pois não estimulam adequadamente a musculatura perioral. Portanto, incentivar o aleitamento materno e evitar o desmame precoce e o uso de mamadeiras são essenciais para promover a saúde e o desenvolvimento adequado da criança”, reforça a Dra. Sofia.

Por Swellyn França

* Dra. Sofia Takeda Uemura é doutora em Ensino de Ciências; especialista em Odontopediatria e em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais; habilitada em Sedação óxido nitroso/oxigênio, em Laserterapia e em Odontologia Hospitalar. Atualmente é diretora da Faculdade de Odontologia da APCD (FAOA), professora das disciplinas de Odontogeriatria e Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais.