Odontologia - 08.02.2017
Estudo mostra que resistência à anestesia local é comum
De acordo com uma pesquisa feita por cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, casos de resistência à anestesia local podem ser mais comuns do que imaginado, e podem também ter causas genéticas.
De acordo com uma matéria publicada no portal BBC, que conta esta história detalhadamente, tudo começou quando o anestesista Steven Clendenen, de Jacksonville (Flórida), deparou-se com uma paciente que resistiu aos efeitos da anestesia ao ser preparada para uma operação. Instigado pela situação, decidiu investigar o problema e descobriu várias histórias na literatura médica relatando estranhos casos de pacientes que diziam que a anestesia local não lhes fazia efeito.
Você já ouviu de algum paciente que “anestesia não funciona comigo”? A grande maioria dos médicos e Cirurgiões-Dentistas, quando escutam esta afirmação de um paciente, mantém-se céticos e, muitas vezes, prosseguem com o procedimento.
Isso foi o que relatou Jenny Morrison, uma enfermeira que também tem o problema. Ela acredita que a mudança real da percepção dos médicos e Cirurgiões-Dentistas só virá quando uma grande pesquisa confirmar a existência do fenômeno em uma quantidade considerável de pacientes. Porque, mesmo com as pesquisas existentes, o comportamento padrão ainda é de ceticismo com o problema.
Porque a resistência acontece?
De acordo com uma pesquisa feita pelo cientista Alan Hakim e seus colegas no University College Hospital de Londres, que investigam casos de resistência em pessoas com a Síndrome de Ehlers-Danlos, uma hipótese é que o tecido desses pacientes é um pouco diferente das pessoas que não têm a síndrome, e isso poderia afetar a absorção das substâncias anestésicas.
Porém, Lori Lemon, a paciente de Clendenen, não possui a síndrome, o que levou o anestesista a tentar descobrir se podem existir outras razões para a resistência dela aos anestésicos.
Assim, os pesquisadores de Yale buscaram na genética uma resposta para o caso de Lemon, e descobriram que a resistência à anestesia estava presente também em outros membros da família da paciente.
Depois de analisarem o DNA dos familiares, descobriram que aqueles que apresentavam a resistência tinham uma mesma mutação em um gene específico, enquanto os que tinham comportamento normal à anestesia não tinham. No entanto, mesmo com os resultados, pesquisas ainda são necessárias para estudar melhor os mecanismos dessa mutação genética e confirmar as hipóteses das pesquisas.
Fonte: Dental Press