Espaço Holístico - A lenda do fundo do mar

Espaço Holístico - 14.07.2025

A lenda do fundo do mar

Muitas vezes permitimos que nosso eixo esteja fora de nós mesmos, quando na verdade ele se encontra dentro do nosso peito
Muitas vezes permitimos que nosso eixo esteja fora de nós mesmos, quando na verdade ele se encontra dentro do nosso peito

Era uma vez um caramujo que vivia no fundo do mar.

A água era muito fria e o local escuro, já que a profundidade não permitia que o sol chegasse até lá.

A correnteza da água faziam com que ele rolasse de um lado para outro nas areias escuras, batendo nas pedras, algas, peixes, estrelas e esponjas do mar e solitário e protegido na sua carapaça mineral, nada via e nada percebia.

A mesma correnteza trazia nutrientes que garantiam a sobrevivência do caramujo, sempre dentro da concha.

Um dia, houve um maremoto que impulsionou o caramujo para a superfície e uma onda carregou-o para a orla.

Silencioso ali permaneceu, recebendo o calor dos raios de sol.

Vagaroso, arriscou colocar suas antenas  para fora da concha e começou a perceber o mundo...

Descobriu a luz, a areia clara, o céu azul, os pássaros e a tranqüilidade fora do mar, sem aquelas águas revoltas.

E ele foi feliz. E foi tão feliz, que extasiado com a felicidade deixou-se ficar parado naquele local, desfrutando o bem que agora descobrira.

Ouvia o gorjeio dos pássaros, o som das ondas quebrando, sentia o cheiro da maresia, a brisa quente, o perfume das flores, a textura da areia branca e quente.

Mas... de repente, uma onda grande quebrou e a água novamente recolheu o caramujo e levou-o para o fundo do mar.

E no silêncio e na escuridão que sempre viveu, passou o resto de seu tempo lembrando do sol, do céu, dos pássaros e da felicidade que um dia conheceu. 

Este texto ilustra de maneira metafórica como a falta de movimento pode prejudicar a qualidade de vida dos seres humanos.

Muitas vezes permitimos que nosso eixo esteja fora de nós mesmos, quando na verdade ele se encontra dentro do nosso peito.

Não podemos perder o contato com a nossa essência, pois é ela que nos dá a direção do caminho a seguir e de onde encontrar a fonte de satisfação para atingirmos os tão almejados momentos de realização e felicidade.

Encerro com uma frase que ouvi em resposta a um comentário que fiz na festa de 15 anos de uma jovenzinha que conheci quase ontem, com apenas 3 meses.

- “Puxa, a vida passa muito depressa...parece ontem que ela usava fraldinhas”.

- “Não é a vida que passa depressa, somos nós que caminhamos muito devagar”.

Esta frase impregnou-se em mim e desde então, procuro estar atenta à velocidade que imponho aos movimentos da minha vida. 

E você, a quantos quilômetros por hora tem andado e em qual direção? 

Onde colocou seu eixo e as metas para atingir a sua realização pessoal? 

Acelere o passo enquanto há tempo e faça acontecer.

Por Dra Maria Lucia Zarvos Varellis
Especialista em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais, Odontologia Hospitalar e Pós-doc em Biofotônica Aplicada às Ciências da Saúde