Odontologia - 17.10.2017
Pesquisa indica que molécula da saliva tem alto poder de cicatrização
Um estudo publicado online no The FASEB Journal reforça o mito de que as feridas no interior da boca cicatrizam de forma mais rápida e eficiente do que machucados em outros lugares do corpo. Até agora, sabe-se que a saliva desempenha um papel importante no processo de cicatrização das feridas, embora a extensão de sua função seja desconhecida.
O estudo examinou os efeitos do peptídeo salivar histatina-1 na angiogênese (formação de vasos sanguíneos), o que é crítico para a eficiência da cicatrização das feridas. Os pesquisadores descobriram que a histatina-1 promove a angiogênese, bem como a adesão e migração celular. “Essas descobertas abrem novas alternativas para entender melhor a biologia subjacente às diferenças entre cicatrização oral e cutânea”, disse Vicente A. Torres, Ph.D e professor associado do Instituto de Pesquisa em Ciências Dentárias da Faculdade de Odontologia da Universidade do Chile, em Santiago. “Nós acreditamos que o estudo pode ajudar a conceber abordagens mais precisas para melhorar a cicatrização de feridas em outros tecidos que não a boca”.
A pesquisa envolveu experimentos em três níveis: endotélico, ou formação de vasos sanguíneos em células em cultura; embriões de frango como modelos animais; e amostras de saliva obtidas de doadores saudáveis. Usando estes três modelos, a histatina-1 e a saliva aumentaram a formação dos vasos sanguíneos. Os pesquisadores agora estão dando o próximo passo nesta linha de estudo – usando essas moléculas para gerar materiais e implantes para auxiliar na cicatrização de feridas. “Os resultados claros do presente estudo abrem uma ampla porta para um avanço terapêutico. Eles também trazem à tona o possível significado dos animais – e muitas vezes crianças lamberem suas feridas”, disse Thoru Pederson, Ph.D e editor-chefe do The FASEB Journal.
Fonte: Dental Press