Odontologia - Infecções odontogênicas: riscos e manejos

Odontologia - 02.09.2024

Infecções odontogênicas: riscos e manejos

Desafiadoras, as infecções odontogênicas têm potencial de rápida evolução e sérias complicações

Infecções odontogênicas têm potencial de rápida evolução e sérias complicações
Infecções odontogênicas têm potencial de rápida evolução e sérias complicações

Infecções odontogênicas surgem a partir de focos dentários e podem provocar complicações graves, afetando tecidos e espaços fasciais da região de cabeça e pescoço. A relação entre problemas odontológicos e condições médicas complexas, como doenças cardiovasculares e diabetes, tem sido amplamente estudada. Além disso, a saúde emocional do paciente adiciona complexidade ao manejo dessas infecções. Especialistas em Cirurgia Bucomaxilofacial, Endodontia e Periodontia são essenciais para lidar com essas condições, traçando diretrizes para um tratamento eficaz. Exploraremos também a importância da Anatomia Facial e as recomendações para a administração de antibióticos nestes casos.

A importância da Periodontia

A Periodontia tem papel crucial na prevenção e tratamento de infecções bucais e seus impactos sistêmicos. O Dr. Eduardo Saba-Chujfi, doutor em Periodontia, afirma que focos infecciosos bucais podem impactar a saúde geral, como no caso da periodontite crônica, ligada a doenças cardiovasculares e complicações na gestação. A educação em higiene bucal é essencial para a prevenção, e uma abordagem multidisciplinar melhora os resultados. Segundo o especialista, a integração entre profissionais da saúde é vital para garantir a manutenção da saúde bucal e sistêmica.

Cirurgia Bucomaxilofacial: riscos e cuidados

Dr. Sidney Rafael das Neves, mestre em Cirurgia Bucomaxilofacial, explica que essas infecções podem evoluir para abscessos graves, colocando a vida em risco. A avaliação clínica é crucial para identificar a fase da infecção, seja edema, celulite ou abscesso. Condições médicas, como diabetes descontrolada ou doenças imunossupressoras, aumentam os riscos. O acompanhamento frequente com exames de imagem e bioquímicos é essencial para o tratamento e drenagem de abscessos, reforçando o papel do Cirurgião-Dentista no controle dessas infecções.

Endodontia no combate às infecções

A Endodontia desempenha um papel essencial na prevenção e tratamento de infecções odontogênicas, promovendo tanto a desinfecção quanto a reabilitação pós-tratamento, restabelecendo a estética e a função do dente. Essas infecções, se não tratadas adequadamente, podem resultar em complicações sistêmicas graves, como arteriosclerose, AVC cerebral e problemas cardíacos. Segundo o Dr. Manoel Eduardo de Lima Machado, doutor e livre-docente em Endodontia, as infecções endodônticas podem evoluir silenciosamente, exigindo intervenção rápida para evitar necrose pulpar e disseminação bacteriana. O tratamento endodôntico eficaz remove a polpa morta e impede novas infecções, promovendo a recuperação da saúde bucal e o retorno da função plena.

Anatomia Facial: conhecimento essencial

A anatomia dos espaços fasciais facilita a disseminação de infecções bucais, podendo causar complicações como celulite e septicemia. O Dr. Luiz Altruda, doutor em Ciências Morfofuncionais e a Dra. Sandra Tomaz , professora de Anatomia e Clínica Integrada em Odontologia, destacam que o conhecimento anatômico permite um diagnóstico precoce e intervenções adequadas, prevenindo complicações graves e guiando cirurgias de drenagem em casos de abscessos.

Administração de antibióticos: recomendações práticas

O Dr. Eduardo Dias de Andrade, especialista em Farmacologia, Anestesiologia e Terapêutica alerta que o uso indiscriminado de antibióticos em cirurgias odontológicas pode contribuir para o aumento da resistência bacteriana. Ele destaca que a profilaxia antibiótica deve ser reservada para casos específicos, como cirurgias prolongadas ou pacientes com condições médicas complicadas. O especialista recomenda a amoxicilina como droga de escolha, administrada uma hora antes do procedimento, e reforça a importância de avaliar a real necessidade do uso de antibióticos, priorizando medidas preventivas eficazes, como a assepsia e o controle clínico rigoroso.

Confira matéria mais abrangente sobre o tema na Revista da APCD.