CIOSP - Lei da Saúde Bucal foi tema da 22ª edição do Projeto Saúde Coletiva

CIOSP - 26.01.2024

Lei da Saúde Bucal foi tema da 22ª edição do Projeto Saúde Coletiva

Lei da Saúde Bucal foi tema da 22ª edição do Projeto Saúde Coletiva
Lei da Saúde Bucal foi tema da 22ª edição do Projeto Saúde Coletiva

A 22ª edição do Projeto Saúde Coletiva, que ocorreu no dia 25 de janeiro, no 41º CIOSP, abordou “A lei da saúde bucal e o novo papel da gestão municipal do SUS”, focando na Lei 14.572/23, que institui a Política Nacional de Saúde Bucal no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e altera a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. A norma estabelece dez diretrizes e distribui competências nas ações odontológicas no SUS.

A mesa de abertura foi composta pelo Dr. Wilson Chediek, presidente da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD); Paulo Frazão, professor titular do Departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP;  Dr. Marco Antonio Manfredini,  conselheiro e tesoureiro do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) e consultor em serviços de saúde do COSEMS/SP; Dra. Doralice Severo da Cruz Teixeira, coordenadora-geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde; e Dr. Geraldo Reple Sobrinho, presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde de São Paulo (COSEMS/SP).

“A preocupação da APCD com relação ao governo vai desde a formação do profissional até a saúde pública, incluindo o investimento na área. É impossível fazer saúde sem considerar a Saúde Bucal, isso seria dinheiro jogado fora. Precisamos criar essa mentalidade e estimular a população a cobrar um melhor atendimento”, ressaltou o Dr. Chediek.

A primeira mesa trouxe a discussão da Política Nacional de Saúde Bucal e os municípios. Dra. Doralice destacou que o acesso universal à saúde pública de qualidade exige um padrão de financiamento que priorize, cotidianamente, a necessidade de aumentos dos recursos investidos no SUS, bem como a superação da relação estreita entre o público e o privado, onde, muitas vezes, o protagonismo pela gestão dos serviços de saúde acaba se sobressaindo no setor privado.

Em 2023, o governo federal repassou 211,5 milhões de reais para o custeio das ações de Saúde Bucal no Estado de São Paulo. Além dos repasses, houve a aprovação de 89 propostas para outras iniciativas, incluindo Unidades Odontológicas Móveis e aquisição de aparelho de Raios-X panorâmico.

Entre os avanços na Política Nacional de Saúde Bucal, ela citou o credenciamento de serviços em Saúde Bucal, indicadores de desempenho e ampliação dos recursos de implantação e custeio. Um dos destaques é a Linha de Cuidado do Câncer de Boca, que representa uma causa importante de morbimortalidade, uma vez que mais de 50% dos casos são diagnosticados em estágios avançados da doença, segundo o Ministério da Saúde.

Em vista a essa questão, o Ministério da Saúde, em parceria com o Laboratório de Odontologia Digital da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), desenvolveu o aplicativo de Tele-estomatologia, para permitir o acesso facilitado e imediato a serviços como consultas, exames e acompanhamento à distância. A ideia é que ele seja uma ferramenta para melhorar o acesso dos cidadãos a serviços de qualidade em saúde bucal, especialmente em regiões remotas e de difícil acesso.

“A adesão ao app pressupõe o treinamento de algumas equipes da UBS a fazerem a biópsia, desde que seja do interesse dos profissionais. Treze estados brasileiros já aderiram ao app, como o Mato Grosso do Sul, que tem uma experiência exitosa”, destacou a Dra. Doralice.

Por sua vez, o Dr. Geraldo reforçou que a evolução da Saúde Bucal integrada à rede de atenção básica de saúde demonstra que o cuidado ao paciente não pode ser fragmentado. “O papel do COSEMS, enquanto estado de São Paulo, é assegurar que haja a capilaridade entre todos os 645 municípios paulistas, de modo a fazer chegar a quem precisa o máximo de saúde pública”, expôs. 

Já a segunda mesa da 22ª edição do evento tratou do tema “Significados e desdobramentos da Lei 14.572/23 para a Saúde Bucal no SUS, na visão de Conselhos de Saúde”, com Anselmo Dantas, Conselheiro Nacional de Saúde Coordenador da Comissão Interinstitucional de Saúde Bucal (CISB), e Francisco José Carneiro de Freitas, coordenador do Movimento Estadual Saúde Pela Democracia +SUS É +BRASIL. 

O Projeto Saúde Coletiva se propõe a ser uma plataforma para expor, debater e aproximar as esferas governamentais nacional, estaduais e municipais, consolidando estratégias para aprimorar a saúde bucal coletiva no país. “É uma discussão muito importante, porque resulta em relatórios que são encaminhados a todos os órgãos de saúde pública, municipal, estadual e federal, com ações em prol da saúde bucal coletiva”, explica Helenice Biancalana, diretora do Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD) e uma das organizadoras do Projeto Saúde Coletiva e do III Grande Encontro da Saúde Bucal no SUS.

A Comissão Organizadora do Projeto Saúde Coletiva é formada pelos doutores Paulo Capel Narvai e Paulo Frazão, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP); Celso Zilbovícius, da Faculdade de Odontologia da USP (FOUSP); Marco Antonio Manfredini, do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP); Luiz Felipe Scabar da Universidade Paulista (UNIP), além de José Miguel Tomazevic, Helenice Biancalana e Sofia Takeda Uemura, da Faculdade de Odontologia da APCD (FAOA) e APCD.